terça-feira, 5 de outubro de 2010

A Igreja trancada dentro das 4 paredes

João 20
19 Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco.
21 Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.
22 E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.


No texto que acabamos de ler encontramos os discípulos reunidos com as portas trancadas, com medo dos judeus. Eles estavam acuados, acovardados, paralisados e sem nenhuma ousadia para sair pelas ruas. Haviam perdido a coragem para testemunhar.

Não queriam assumir os riscos do discipulado. Eles não tiveram coragem de assumir que eram de Jesus. Intimidaram-se diante das pressões e da perseguição iminente. Arriaram as armas; enfiaram-se na caverna; enjaularam-se no cenáculo. Eles se encolheram sob o manto do medo.

Esse é um retrato da igreja hoje. Muitas igrejas têm conteúdo, mas lhes falta ousadia. São ortodoxas, mas não têm paixão pelas almas. Têm conhecimento, mas não têm ardor evangelístico. Têm programa e organização, mas não saem das quatro paredes. Outras igrejas têm conteúdo, boa teologia e excelente música, mas toda a sua atividade é voltada para dentro. Elas não transpiram, não reverberam sua influência para o mundo. São verdadeiros guetos. São sal no saleiro. Nada fazem e pouca ou nenhuma influência exercem na sociedade em que estão inseridas.

Noventa por cento das atividades da maioria das igrejas destinam-se à própria igreja. São igrejas enroscadas e sufocadas pelo próprio cordão umbilical; igrejas narcisistas, igrejas com a síndrome do mar Morto, que só recebem, só engordam; igrejas que alumiam a si mesmas e sonegam a sua luz para o mundo, deixando-o em densas trevas.

E, ao contrário da mulher da parábola da moeda perdida, essas igrejas, em vez de buscar a moeda que se perdeu, passam o tempo todo polindo as moedas que têm nas mãos. Realizam conferências, congressos, encontros, palestras e seminários apenas para polir moedas. Os crentes dessas igrejas reciclam-se em todos os congressos, participam de conferências missionárias a mil quilômetros de distância. São capazes de sair de casa mil vezes para ir ao templo, mas não têm coragem de atravessar a rua e falar de Jesus para o vizinho. São igrejas tímidas para investir na salvação dos perdidos. Pescam sempre em águas rasas e jamais lançam as redes em alto-mar. Os poucos peixes que pegam tornam-se peixes combatentes que exaurem suas forças guerreando com outros peixes, numa luta titânica de aquário.

Retirado do Livro de Hernandes Dias Lopes - Pentecoste, o fogo que não se apaga (Adaptado)


Abaixo, uma de minhas ultimas composições, baseado na Igreja primitiva descrita em Atos dos Apóstolos, no poder de Deus derramado e no plano maravilhoso que Cristo traçou para a Igreja. Ele ainda acredita, afinal, Ele não tem um plano B.

A Igreja
Por muito tempo se ocultou um mistério, que no momento certo se revelaria, na plenitude do tempo
Um corpo, propósito, missão e o poder do alto repousou pra revestir de amor
Espírito de vida, espalhando a palavra, repartindo o que tem, levando salvação
Estilo de vida e não obrigação, pregando paz, olhando para a eternidade

Sem desistir, Ele olha e vê, há esperança
Sempre existiu alguns poucos que entenderam
E viveram como Ele ensinou

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